segunda-feira, 27 de junho de 2011

Este Pai é um Fracasso!

Segunda semana de provas da Aninha e ela ainda pegou uma alergia danada, não para de se coçar. Experimente ensinar como nasce uma plantinha enquanto a criança tenta alcançar zonas inacessíveis das costas parecendo um vira-lata perseguindo o rabo. É nessas horas que a gente descobre que a carnaúba parou de produzir palmito para fornecer cacau. Ainda tentei explicar que Colombo chegou às Bahamas e não ao Brasil, mas, Aninha muito me ensinou que se ele atingiu as Bahamas - que é um cocozinho no mapa - e não o Brasil, foi porque Corumbo (não é erro de digitação) era parente do mister Magoo. E Thomas Edison não inventou a lâmpada e sim o choque elétrico. Desisti do ciclo da cana-de-açúcar. Aceito conselhos.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Destruindo no Origami

            Depois de testar a paciência budista do Ricardo, nosso professor de origami, na aula da SIPAT e destruir uma resma e meia de papeis variados aperfeiçoando a técnica, finalmente cheguei à perfeição.
            – E aí, o que achou?
            – O que é isso?
            – Uma aranha.
            – Ah!
            Mas antes de o Ricardo dar sua opinião definitiva sobre a minha aranha perfeita, a Andréia entrou na sala.
            – Quem deixou esse papel amassado na mesa?  – disse atirando minha criação no lixo.
            Sorte dela eu não ser uma pessoa rancorosa, e, mais sorte ainda, o Bruno e o Geraldo estarem perto para me segurar antes que eu a estrangulasse. Pelo menos inicialmente. Como me sedaram com dormonid e eu não me lembro de nada, tive de me certificar com a única pessoa que eu realmente confio para saber o que aconteceu depois. Afinal, se você necessita de uma informação precisa e rápida, a quem pergunta? A bibliotecária, lógico!
            – Ivy, é verdade que chamaram toda a segurança para me conter?
            – Toda a segurança? Até o Fred, o general Gobato e o capitão Nascimento vieram da sede para te segurar e... tuuuuuuu.
            Como eu sempre digo: jamais confie em uma bibliotecária.
            Se você duvida das minhas habilidades, saiba que eu sou capaz de lançar uma folha A4 para o ar com as mãos algemadas para trás e calçando um par de luvas e, antes de tocar o solo, transformar o papel em uma aranha caranguejeira.
            Para comprovar minha destreza, eu chamei uma pessoa totalmente idônea e imparcial para julgar meus trabalhos: Ana Clara. Não me abalei com as denúncias e uivos caninos alegando uma suposta ameaça de cortar parte da mesada dela em caso de notas injustas. Fiquem sabendo que o perseguido sou eu. No dia seguinte, as quatro rodas do meu carro novo (novíssimo se me permitem) amanheceram mijadas. Aqueles vira-latas! Vou vender para uns chineses aqui do bairro que amam carne de cachorro.
            Mas, retornando ao veredicto, Aninha se aproximou dos meus dois origamis, deu uma volta ao redor de cada uma, coçou o queixo, sacou sua lupa procurando imperfeições, analisou detalhes, avaliou o grau de dificuldade e equilíbrio das obras, sacou seu bloquinho de notas e começou a escrever sem parar. A agonia era tamanha que eu já estava roendo a unha do Simba, meu cão ancião. Finalmente não agüentei mais e perguntei:
            – Gostou?
            – Adorei! É a girafa mais perfeita que eu já vi.
            – Na realidade é uma aranha.
            – Ah! Tudo bem, não tem importância, pois eu gostei mesmo foi da coruja.
            – Era outra aranha.
            Voltei a usar papel apenas para escrever meus contos, magoei!
            – Alô! – respondi atendendo o interfone no dia seguinte.
            – Seu Alexandre, aqui é o Geraldo, o porteiro (*).
            – Sim.
            – É que eu vi no seu lixo, sabe como é, sem querer, eu não reviro o lixo dos outros. Mas eu encontrei um bicho de papel que o senhor fez.
            – O senhor gostou.
            – Muito. Posso ficar?
            – É todo seu! – disse mais satisfeito que solteirona em festa de universitários.
            – Poxa, muito obrigado! É a girafa de papel mais bem feita que já vi... alô... alô... seu Alexandre?
           
(*) a piada de que todo o porteiro se chama Geraldo é do próprio Geraldo.

domingo, 5 de junho de 2011

Um Pai em Apuros

            A separação não fez bem muito bem às minhas finanças. O problema é que este mês é o aniversário da Aninha e terei de fazer algo.
            Quando era menino, uma festa que tinha coca-cola ao invés de groselha já era uma festa chique, mas hoje eles nem sabem o que é groselha. Saudades do tempo em que bebíamos este refresco como quem toma o néctar dos deuses. Ficávamos com a língua vermelha e os dentes fosforescentes por uma semana. Ótimo para pregar peças à noite brincando com o espelho, geralmente em nós mesmos. Experimenta acordar apertado e correr para fazer pipi. Ir ao MacDonalds então só em ocasiões especiais. A família se reunia, toda feliz, partindo para o fast food como quem se dirigia ao restaurante mais caro da cidade. Os três filhos dos meus queridos pais, inclusive este que vos narra a história, sorriam de orelha a orelha apesar do aperto no banco de trás do fusquinha.
            Mas hoje, vivemos nos tempos das vacas gordas, apesar de eu achar ser das vacas loucas. As crianças estão acostumadas a festas tão grandes que não se pode marcar jogo de futebol no mesmo horário senão não dá público... no estádio.
            Além da falta de dinheiro, outro problema é que a mãe sempre cuidou de tudo, eu só assinava o cheque... e chorava. Mas se não tenho dinheiro, ainda me resta a imaginação.
            Foi assim que pensei em fazer uma caça ao tesouro em casa, na qual um mapa leva ao próximo, encontrando, vez por outra, preciosidades de altíssimo valor como um anel de plástico (150 deles = 2 reais, fora o choro deste comprador).
            Aos amigos que queiram me ajudar a incrementar o perigoso caminho até encontrar o baú do Barba Ruiva, aceito sugestões.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Nota Legal - Fique Esperto!

            Quem ainda não se cadastrou no site do GDF, deveria. O governo nos cobra um absurdo de imposto e são raras as chances de receber algo em troca, quanto mais o próprio dinheiro.
            Porém foi observando o site do Nota Legal que percebi algo estranho. Cupons do supermercado Super Maia raramente reembolsavam algo. Normalmente o valor a devolver vem “0,0”. Depois percebi o mesmo com os cupons do “Big Box”. Por quê? Liguei para o 156, opção 3, e fui questionar. Ninguém soube me explicar. Mas depois de muita insistência, uma atendente – já de saco cheio comigo (é possível ser a suicida do noticiário das oito) – me passou um e-mail para eu questionar o porquê.
            Como sou brasileiro e não desisto nunca, mandei e-mail para agrem@fazenda.df.gov.br. Aguardo explicações.
            Ah! Outra coisa, reparei que a padaria na qual eu compro meu pãozinho de cada dia dá direito a 8% de reembolso, mas o supermercado, quando reembolsa, voltam míseros 1,71%. Isso significa para mim que a padaria do seu Juca, mesmo vendendo os mesmos produtos do supermercado, é tarifada em um percentual muito maior, por quê? Mandei outro e-mail.
            Último parágrafo (eu juro), nas linhas de extrato do site do Nota Legal, referente aos cupons dos supermercados, quando o valor não é reembolsado aparece a seguinte mensagem: “Não foi possível atribuir créditos. Devido ao sigilo fiscal, a SEF/DF não está autorizada a informar o motivo da não geração do crédito nos casos em que envolvem informações fiscais do estabelecimento”. Quer dizer: nós, cidadãos, não temos o direito de saber nem o porquê. Outro e-mail para o GDF.