A separação não fez bem muito bem às minhas finanças. O problema é que este mês é o aniversário da Aninha e terei de fazer algo.
Quando era menino, uma festa que tinha coca-cola ao invés de groselha já era uma festa chique, mas hoje eles nem sabem o que é groselha. Saudades do tempo em que bebíamos este refresco como quem toma o néctar dos deuses. Ficávamos com a língua vermelha e os dentes fosforescentes por uma semana. Ótimo para pregar peças à noite brincando com o espelho, geralmente em nós mesmos. Experimenta acordar apertado e correr para fazer pipi. Ir ao MacDonalds então só em ocasiões especiais. A família se reunia, toda feliz, partindo para o fast food como quem se dirigia ao restaurante mais caro da cidade. Os três filhos dos meus queridos pais, inclusive este que vos narra a história, sorriam de orelha a orelha apesar do aperto no banco de trás do fusquinha.
Mas hoje, vivemos nos tempos das vacas gordas, apesar de eu achar ser das vacas loucas. As crianças estão acostumadas a festas tão grandes que não se pode marcar jogo de futebol no mesmo horário senão não dá público... no estádio.
Além da falta de dinheiro, outro problema é que a mãe sempre cuidou de tudo, eu só assinava o cheque... e chorava. Mas se não tenho dinheiro, ainda me resta a imaginação.
Foi assim que pensei em fazer uma caça ao tesouro em casa, na qual um mapa leva ao próximo, encontrando, vez por outra, preciosidades de altíssimo valor como um anel de plástico (150 deles = 2 reais, fora o choro deste comprador).
Aos amigos que queiram me ajudar a incrementar o perigoso caminho até encontrar o baú do Barba Ruiva, aceito sugestões.
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